Início do Julgamento do Acidente Ferroviário de Santiago de Compostela

Começou ontem em Espanha o julgamento do acidente ferroviário que há nove anos matou 80 pessoas em Santiago de Compostela, com a audição do maquinista Francisco José Garzón Amo, que denunciou as falhas de sinalização na linha ferroviária. Entre as falhas denunciadas está a ausência de qualquer tipo de sinalização vertical que relembrasse ao maquinista a necessidade de efetuar a redução de velocidade imposta pela via, particularmente no caso em apreço em que o troço não estava sequer protegido por qualquer sistema de proteção automática de comboios (ATP).

Em Portugal, a metodologia de comunicação e implementação das Limitações de Velocidade Temporárias, padece das mesmas falhas que induziram o acidente em Santiago de Compostela. Sobre esta matéria, o Sindicato dos Maquinistas já interveio junto do IMT, junto do ministério da tutela, junto da IP e, inclusivamente, junto da ERA – Agência Ferroviária da União Europeia para os Caminhos de Ferro. Apesar de algumas ações e modificações regulamentares já alcançadas, o SMAQ considera que as falhas de segurança que podem potenciar um acidente semelhante em Portugal – a existência frequente e indiscriminada de limitações de velocidade não sinalizadas e não protegidas pelo controlo automático de velocidade (CONVEL) – ainda não foram devidamente eliminadas.

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