SMAQ - Sindicato dos Maquinistas
A existência de Acordo de Empresa e a relação dos trabalhadores com a empresa

No estudo sobre as condições de vida e trabalho dos Maquinistas em Portugal, realizado pelo Observatório para as Condições de Vida e Trabalho Observatório para as Condições de Vida e Trabalho, uma das questões colocadas aos inquiridos foi se já tinham pensado em mudar de empresa. Os resultados estão espelhados nesta tabela. As empresas onde a percentagem de Maquinistas que já pensaram em mudar de empresa é mais elevada – abismalmente mais elevada em relação às restantes – é precisamente naquelas onde as relações laborais não são regidas por instrumento de regulação coletiva do trabalho: Takargo, Metro Sul do Tejo (MTS) e Fertagus – O Comboio da Ponte.

A Takargo está em vias de preencher essa lacuna, dado que se encontra a negociar um Acordo de Empresa com o SMAQ. As outras duas – MTS e Fertagus – persistem na recusa em aderirem a relações laborais modernas, para o século XXI.

Tabela

 

A GREVE NA MTS (METRO SUL DO TEJO) DECORREU COM ADESÃO TOTAL

A Greve levada a cabo pelos trabalhadores da MTS – Metro e Transportes do Sul -, entre os dias 18 e 21 de outubro, decorreu com grande determinação e solidariedade. Os Associados do SMAQ responderam com uma mobilização de 100%.

A mensagem dos trabalhadores à Administração da Empresa foi clara: a negociação de um Acordo de Empresa e a melhoria das suas condições laborais e remuneratórias, com a devida valorização da Carreira de Condução, são incontornáveis.

A Direção do SMAQ congratula-se com a elevada consciência de classe, solidariedade e união dos trabalhadores neste justo processo reivindicativo.

A negociação de um Acordo de Empresa é um objetivo essencial para a regulação das relações de trabalho na MTS. Tanto os trabalhadores como a Empresa beneficiarão deste instrumento de regulação das relações laborais.

O SMAQ, legítimo representante dos trabalhadores da condução, reafirma a sua total disponibilidade para se sentar à mesa e negociar.

 A Direção do SMAQ

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A MTS sempre rejeitou a negociação

Ao contrário do afirmado em comunicado divulgado na comunicação social pela MTS, esta empresa nunca esteve disposta a negociar com o SMAQ resistindo há décadas a estabelecer qualquer Acordo de Empresa. Recordamos que neste caso da MTS, o SMAQ apresentou uma proposta de Acordo de Empresa em novembro de 2021. Em contrapartida, a MTS não apresentou formalmente qualquer contraproposta porque não quer, nem nunca quis, negociar qualquer instrumento coletivo de regulação das relações laborais.

O SMAQ, naturalmente, seguiu os passos legais para tentar desbloquear a situação. Não tendo sido possível o acordo na conciliação promovida pela DGERT-Direção Geral do Emprego e das Relações do Trabalho, porque a MTS resiste a qualquer possibilidade de negociar um Acordo de Empresa, passou-se à fase de mediação pela DGERT. Esta entidade, dependente do Ministério do Trabalho, apresentou às partes uma proposta de Acordo de Empresa da sua autoria. Proposta essa que o SMAQ aceitou negociar e que a MTS recusou liminarmente. Portanto, é claro que a MTS se recusa a qualquer negociação dado que nem sequer as propostas provenientes da Direção Geral do Emprego e das Relações do Trabalho aceita, não apresentando, inclusivamente, qualquer contraproposta.

Perante este cenário, e após consulta aos trabalhadores, a Direção do SMAQ apresentou Pré-Aviso de Greve. Posteriormente veio a Administração da MTS propor uma reunião com o SMAQ. Reunião essa que o SMAQ – que privilegia sempre o diálogo – aceitou. Nessa reunião, como sempre, nada de concreto foi apresentado. Apenas uma vaga promessa de calendarização de negociações, e sem a MTS apresentar qualquer proposta escrita formal. Quanto aos “aumentos salariais” que a MTS vem agora, à última hora, numa manobra dilatória, propor, “na linha do que o governo propõe para o setor privado”, o SMAQ não conhece formalmente qualquer proposta.

Estes trabalhadores, os condutores dos metros da MTS, que exercem uma função tecnicamente complexa e de alta responsabilidade, pouco mais ganham que o salário mínimo nacional que, por causa dos sucessivos aumentos, está cada vez mais próximo do salário que auferem.

Os trabalhadores da carreira de condução da MTS, determinados e apoiados na justiça das suas reivindicações, farão Greve entre os dias 18 e 21 nos moldes estabelecidos no respetivo Pré-Aviso.

A negociação de um Acordo de Empresa é um objetivo essencial para a regulação das relações de trabalho na MTS. O SMAQ reafirma a sua disponibilidade total para se sentar à mesa e negociar um Acordo de Empresa.