SMAQ - Sindicato dos Maquinistas
O PROBLEMA DAS PASSAGENS DE NÍVEL

“Os maquinistas são as vítimas escondidas dos acidentes ferroviários”

As Passagens de Nível são os pontos críticos da Rede Ferroviária que mais preocupações levantam aos maquinistas. Ainda recentemente, por ação do SMAQ, foram encontradas soluções, que a Infraestruturas de Portugal (IP) se comprometeu a implementar, para o incremento da segurança na PN de Santana Cartaxo, na Linha do Norte e Cachofarra na Linha do Sul (Sado). Outros atravessamentos críticos, por todo o país, mereceram e merecem intervenções contínuas do SMAQ junto da IP, do IMT e dos operadores ferroviários no sentido da sua eliminação.

A total supressão dos atravessamentos de nível é o nosso objetivo final. Só assim estarão garantidas as condições de segurança que permitirão a redução significativa deste tipo de acidentes que, além das vítimas que cobram no público em geral, são igualmente acontecimentos com um grande impacto na saúde física e psicológica dos profissionais da condução ferroviária.

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POSTER CIENTÍFICO “IMPACTO PSICOLÓGICO DO SUICÍDIO NA FERROVIA: SAÚDE MENTAL E ACEITAÇÃO DO SUICÍDIO EM MAQUINISTAS” OBTÉM MENÇÃO HONROSA NO XIX SIMPÓSIO SOCIEDADE PORTUGUESA DE SUICIDOLOGIA

A equipa de investigadores do Laboratório de Reabilitação Psicossocial da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto, autora do Estudo “Fatores de Desgaste psicológico e Trauma nos Maquinistas da Ferrovia Portuguesa” [1], liderada pela Professora Doutora Cristina Queirós, apresentou dois posters científicos baseados neste trabalho no XIX Simpósio de Suicidologia que decorreu nos dias 13, 14 e 15 de abril na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto, tendo poster intitulado “Impacto Psicológico do Suicídio na Ferrovia: Saúde Mental e Aceitação do Suicídio em Maquinistas” obtido do júri uma Menção Honrosa.

 

O impacto que o exercício da atividade profissional dos maquinistas tem na sua saúde psicológica é a principal razão da colaboração deste Sindicato com este laboratório na realização destes estudos. O SMAQ reivindica igualmente junto das empresas e dos organismos que governam a atividade ferroviária em Portugal e na Europa o estabelecimento de protocolos de acompanhamento psicológico aos maquinistas intervenientes em situações de colhidas na via.

[1] Queirós, C., Fonseca, S., & Faria, S. (2021). Relatório Técnico: Fatores de desgaste psicológico e trauma nos maquinistas da ferrovia portuguesa. Porto: LabRP da FPCEUP.

Seguidamente apresentamos os resumos dos trabalhos apresentados:


Painel temático: Suicídio na ferrovia

Autores & Afiliação:

Cristina Queirós 1, Sara Faria 1, Sérgio Fonseca 1 & SMAQ 2

 1 Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação – Universidade do Porto, 2 Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses

Autor responsável: Cristina Queirós

 Impacto psicológico do suicídio na ferrovia: saúde mental e aceitação do suicídio em maquinistas

Durante a sua atividade profissional a maioria dos maquinistas já foi confrontada com casos de suicídio na ferrovia, concretizados através do comboio que conduzem. Apesar de existirem protocolos de atuação a cumprir, a situação tem impacto emocional negativo que pode afetar a saúde mental do maquinista, nomeadamente evolução do stress no trabalho para burnout e uma habituação ao suicídio que legitime este para si próprio.

Pretendem-se conhecer os níveis de stress/ansiedade/depressão, stress pós-traumático, burnout e aceitação do suicídio em maquinistas de comboios envolvidos em suicídios na linha.

No âmbito de um estudo mais vasto do SMAQ/FPCEUP com dados recolhidos online em 2019 em 664 maquinistas de comboio/metro no ativo, selecionaram-se 286 maquinistas (43%) envolvidos em suicídios na linha, usando os questionários EADS (Saúde mental), IES-R (stress pós-traumático), CESQT (burnout) e CCCS-18 (aceitação do suicídio).

Encontrou-se 30% da amostra com sintomas de stress, 44% de ansiedade, 49% com sintomas depressivos, 36% com burnout e 80% com sintomas de stress pós-traumático, dos quais 59% com trauma intenso, sendo baixa a aceitação do suicídio. Existiram correlações positivas significativas entre as variáveis psicológicas, sendo a legitimação do próprio suicídio explicada em 14% pelo burnout, 9% pelo stress/ansiedade/depressão e 3% pelo stress pós-traumático, sem contributos significativos de variáveis sociodemográficas nem laborais.

Os resultados alertam para o risco de adoecimento psicológico deste grupo profissional pouco investigado, mas que no confronto frequente com o suicídio de outras pessoas apresenta stress pós-traumático intenso, contribuindo o burnout para um desgaste psicológico que favorece a aceitação do próprio suicídio. Urge que a Suicidologia desenvolva estratégias de atuação direcionadas para este grupo profissional pois cerca de metade está envolvido em suicídios na linha, com todo o impacto negativo que este acarreta.

Palavras-chave: Suicídio, Ferrovia, Maquinistas, Burnout, Stress pós-traumático.

* Sublinhado da nossa responsabilidade.


Painel temático: Suicídio na ferrovia

Autores & Afiliação:

Cristina Queirós 1, Sara Faria 1, Sérgio Fonseca 1 & SMAQ 2

 1 Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação – Universidade do Porto, 2 Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses

Autor responsável: Cristina Queirós

 Impacto psicológico do suicídio na ferrovia: saúde mental e aceitação do suicídio em maquinistas

Durante a sua atividade profissional a maioria dos maquinistas já foi confrontada com casos de suicídio na ferrovia, concretizados através do comboio que conduzem. Apesar de existirem protocolos de atuação a cumprir, a situação tem impacto emocional negativo que pode afetar a saúde mental do maquinista, nomeadamente evolução do stress no trabalho para burnout e uma habituação ao suicídio que legitime este para si próprio.

Pretendem-se conhecer os níveis de stress/ansiedade/depressão, stress pós-traumático, burnout e aceitação do suicídio em maquinistas de comboios envolvidos em suicídios na linha.

No âmbito de um estudo mais vasto do SMAQ/FPCEUP com dados recolhidos online em 2019 em 664 maquinistas de comboio/metro no ativo, selecionaram-se 286 maquinistas (43%) envolvidos em suicídios na linha, usando os questionários EADS (Saúde mental), IES-R (stress pós-traumático), CESQT (burnout) e CCCS-18 (aceitação do suicídio).

Encontrou-se 30% da amostra com sintomas de stress, 44% de ansiedade, 49% com sintomas depressivos, 36% com burnout e 80% com sintomas de stress pós-traumático, dos quais 59% com trauma intenso, sendo baixa a aceitação do suicídio. Existiram correlações positivas significativas entre as variáveis psicológicas, sendo a legitimação do próprio suicídio explicada em 14% pelo burnout, 9% pelo stress/ansiedade/depressão e 3% pelo stress pós-traumático, sem contributos significativos de variáveis sociodemográficas nem laborais.

Os resultados alertam para o risco de adoecimento psicológico deste grupo profissional pouco investigado, mas que no confronto frequente com o suicídio de outras pessoas apresenta stress pós-traumático intenso, contribuindo o burnout para um desgaste psicológico que favorece a aceitação do próprio suicídio. Urge que a Suicidologia desenvolva estratégias de atuação direcionadas para este grupo profissional pois cerca de metade está envolvido em suicídios na linha, com todo o impacto negativo que este acarreta .

Palavras-chave: Suicídio, Ferrovia, Maquinistas, Burnout, Stress pós-traumático.

* Sublinhado da nossa responsabilidade.


 

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ACORDO ALCANÇADO NA CP: GREVE DESCONVOCADA

A Direção do SMAQ informa os seus Associados que chegou a um acordo que permite, neste momento, desconvocar a Greve em curso na CP. Daremos informações complementares em Comunicado e nas reuniões nos locais de trabalho já agendadas

Juntos somos mais fortes!

A Direção do SMAQ

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